sábado, 18 de outubro de 2014

Reflexão individual escrita


Segundo Botelho (2005), “ (…) todos os avanços e desenvolvimentos científicos e tecnológicos constituem mudanças significativas na sociedade, trazendo consigo aspetos positivos e negativos (…) ”.
           As TIC, tecnologias de informação e comunicação, são um dos frutos do avanço da tecnologia, e podem ser utilizadas em diversos setores, como na publicidade e na educação, através da difusão de informação e como meio de comunicação, nomeadamente através de computadores, televisão, rádio, tablets, etc.
          A nível da educação, as TIC podem ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem e no ensino à distância. Podem ser utilizadas no ensino-aprendizagem através da utilização de diversas ferramentas, como as plataformas de gestão da aprendizagem, nomeadamente a moodle, nas quais se partilham, por exemplo, textos e fichas, que “ (…) permitem o alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da tradicional sala de aula (…) ” (Paz, 2008). Estas plataformas englobam, muitas vezes, fóruns e chats que servem como meio de comunicação e partilha de ideias.
          A partilha de ideias é essencial, no processo de ensino-aprendizagem, e há inúmeras escolas que aderiram aos blogues. Segundo Paz (2008), os blogues reforçam o trabalho entre pares, baseando-se numa partilha de ideias e de recursos, dos vários intervenientes. A utilização das TIC inicia-se bem cedo na escola, no entanto, mobiliza as famílias, aproximando-as dos professores, existindo desta forma um trabalho conjunto na educação das crianças.
          O ensino-aprendizagem do português também pode beneficiar da utilização das TIC, na escola. Por exemplo, numa sala de aula, do ensino básico no 5º ou 6º ano, o professor de português pode propor uma aula de produção escrita num processador de texto, como o word, com o objetivo dos alunos desenvolverem competências a nível da língua portuguesa, e das TIC, através da utilização de um processador de texto, para a produção de um texto escrito. Nesta aula, poder-se-ão trabalhar diversos conteúdos como os parágrafos, nomeadamente a indentação (colocar o espaçamento inicial), além da utilização dos comandos não-alfabéticos do teclado, como os sinais de pontuação e os comandos acionados pelo rato.
           A utilização das TIC, em sala de aula, tem as suas potencialidades. Segundo Fidalgo (2009), as TIC levam a uma diversidade de estratégias, a nível do ensino, envolvendo os alunos numa aprendizagem construtiva, ou seja, os alunos tornam-se coprodutores no sistema de ensino, através de interações centralizadas na construção do seu próprio saber.
 
 Dias de Figueiredo (2000) defende que:
            O maior desafio dos novos media é (…) o de construir comunidades ricas em contexto, onde a  aprendizagem individual e coletiva se constrói e onde os aprendentes assumem a responsabilidade, não só da construção dos seus próprios saberes, mas também da construção de espaços de pertença onde a aprendizagem coletiva tem lugar.
 
           Através das TIC, os alunos podem ter acesso a jogos didáticos que promovem a aprendizagem do português, tal como podem aceder a dicionários e gramáticas on-line, que se podem consultar rapidamente, através do telemóvel ou de um tablet.
           No entanto, apesar de existirem grandes potencialidades na utilização das TIC, em sala de aula, também existem restrições em utilizá-las. Existem professores que resistem em utilizar as TIC nas suas aulas, dado que não as consideram essenciais para o processo de ensino-aprendizagem. Para esta questão também contribui o facto destes professores serem de uma faixa etária mais avançada e, por este motivo, não terem tido contacto com as TIC na sua formação base, como futuros agentes educativos.
           Paz (2008) defende que “ (…) nem todas as novas práticas de (auto -) aprendizagem a partir das novas tecnologias são (…) boas. Há «velhas» competências que fazem muita falta (…) como a capacidade de interpretar, e refletir sobre, a informação.”
           Um dos perigos de utilizar as novas tecnologias, no processo de ensino-aprendizagem, é a geração de uma discussão, relacionada com problemas éticos, nomeadamente quando os alunos realizam trabalhos baseados no “copiar” e “colar” de informação, da qual não são os seus próprios autores, ou seja, os discentes não pesquisam informação, para construir o seu próprio conhecimento, acabando por denotar uma grande falta de valores morais, ao plagiarem trabalhos realizados por outros.
           Desta forma, conclui-se de que existem aspetos positivos e negativos na utilização das TIC, em sala de aula. O professor tem de estar aberto a trabalhar com as novas tecnologias, permitindo aos seus discentes uma aprendizagem mais interativa, que os leve a construírem os seus conhecimentos de uma forma mais autónoma. Por outro lado, tem de continuar a existir espaço para as crianças poderem refletir sobre os conhecimentos adquiridos, de forma a melhor interiorizá-los.
 
Fidalgo (2009) defende que:
           A democratização das TIC passa essencialmente pela aquisição de competências que permitam a utilização eficaz daquelas e que incorporem o processo de aquisição de conhecimentos como um percurso que vai além das salas de aula e cuja duração é a de uma vida.
 
É essencial que se compreenda que os professores devem acompanhar a evolução, utilizando as novas tecnologias na sala de aula, mas não é a utilização das mesmas, que faz um bom professor. Tal como é referido por Paz (2008), “As novas tecnologias não são a pedra filosofal para o sucesso educativo”.

 
                                                                                              Autora: Ana Cristina Mota
 
Referências Bibliográficas
 
·         Botelho, F. (2005). Globalização e cidadania: reflexões soltas
·         Dias de Figueiredo, A. (2000). Novos Media e Nova Aprendizagem
·         Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as Tecnologias da Informação e Comunicação
·         Paz, J. (2008). Educação e Novas Tecnologias

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